A forma sublingual é a mais comum e aconselhada para tomar canabidiol (CBD). Os lípidos e a piperina podem melhorar a absorção do CBD no organismo.
Têm sido levados a cabo diversos trabalhos sobre as potencialidades do canabidiol, graças ao potencial terapêutico deste canabinóide e sua margem de segurança para a saúde, tal como já anunciado pela OMS.
Vários estudos têm mostrado a sua validade em doenças degenerativas, vários tipos de Epilepsia (a OMS confirma o avanço da investigação nesta área e a eficácia do CBD em casos resistentes à medicação), estados depressivos ou cancro da mama, entre outras situações.
A piperina aumenta o potencial de absorção do canabidiol no organismo
Além das descobertas respeitantes à ação do canabidiol e em que patologias tem apresentado resultados, estudaram-se também formas de aplicação e como tirar mais partido das moléculas de CBD. Segundo as evidências científicas, o CBD – bem como os canabinóides em geral – têm uma biodisponibilidade baixa.
Sendo uma substância de elevado potencial terapêutico (“uma molécula invulgarmente interessante”, como lhe chamam Fernandez-Ruiz et al, da Universidade Complutense), têm-se realizado vários estudos para determinar as melhores formas na otimização de absorção do canabidiol.
Administração sublingual e a eficácia com lípidos
Autores de uma revisão publicada em 2013 já tinham revelado que a administração sublingual de CBD proporciona níveis plasmáticos rapidamente estáveis e que mantêm essa estabilidade no final de seis semanas de tratamento.
Esta é a principal escolha em termos de administração e eficácia do Canabidiol em situações como, por exemplo, náuseas e vómitos, sintomas causados frequentemente pelos tratamentos de quimioterapia a doentes oncológicos.
A administração do óleo com CBD debaixo da língua é também prioritária em linfomas e síndrome de má-absorção (4), este com múltiplas causas mas caracterizado por inchaço abdominal, edema, flatulência ou diarreia.
Além da forma líquida e administração sublingual, é alternativa mais viável a toma oral com lípidos (junto de refeições com gorduras).
1979: a piperina foi considerada o primeiro otimizador de biodisponibilidade cientificamente comprovado
Diversos trabalhos têm-se debruçado sobre alternativas de biodisponibilidade do CBD com lípidos, tema já referido em 2013 por cientistas da Escola de Farmácia da Universidade Complutense, Madrid (1). A questão foi novamente abordada por cientistas de diversas entidades Israelitas (2) (3). Como conclusão, no respeitante à biodisponibilidade do canabidiol, Cherniakov et al. (3) descobriram que a utilização de piperina, um alcalóide retirado da pimenta-preta, também potencia a absorção do CBD.
Piperine e biodisponibilidade
O estudo sobre as potencialidade da Piperina não é recente existindo informação científica já de há algum tempo que estuda diversos efeitos daquele alcalóide, inclusive no que respeita a biodisponibilidade.
Em 1979, cientistas indianos do Instituto Indiano de Medicina Integrativa (5) confirmaram a Piperina como o primeiro otimizador de biodisponibilidade cientificamente validado. Os cientistas descobriram os vários mecanismos de bio-potenciação da piperina:
- Inibição de P-glicoproteína e enzimas da “super-família” P-450 (CYP3A4, CYP1A1, CYP1B1, CYP2E1, CYP3A4), responsáveis pela metabolização de cerca de 80% dos medicamentos atualmente em uso.
- Inibição de ácido glucurónico e respetiva glucuronidação e estimulação de GGT, envolvida na conjugação de aminoácidos, reações da Fase II de desintoxicação.
- Modulação da dinâmica e da permeabilidade da barreira celular e da barreira hematoencefálica
Além dos efeitos terapêuticos inerentes, a Piperina – como bio-potenciador – permite aumentar a sensibilidade à quimioterapia, radioterapia e hormonoterapia, aumentando assim a eficácia.
Ainda de acordo com os estudos, permite otimizar medicamentos e suplementos de baixa biodisponibilidade (e.g. Curcuma), diminuir a dose de medicamentos, incluindo para doses sub-terapêuticas e mantendo os seus efeitos.
A Piperina possibilita que os tratamentos se tornem mais curtos e eficazes, com menos efeitos secundários e menos dispendiosos. A Piperina ajuda a reduzir a depleção de vitaminas e minerais, incluindo os de origem alimentar.