“O sistema endocanabinóide emerge como um sistema natural de neuroproteção”.
Responsável por funções como memória, motivação, movimento, imunomodulação e vasodilatação, o sistema endocanabinóide ocupa lugar de destaque no que toca a novas e promissoras abordagens terapêuticas às doenças neurodegenerativas, como doença de Alzheimer, doença de Parkinson, Esclerose Lateral Amiotrófica, Doença de Huntington, Esclerose Múltipla, etc.
Apesar de cada uma das doenças neurodegenerativas ter características próprias e cada uma justificar uma abordagem específica, a literatura científica que tem em consideração o sistema endocanabinóide aponta como vantagem incontornável a “nutrição” deste sistema, através do consumo de canabinóides não-psicoativos, destacando o CBD (canabidiol).
Neuroproteção do CBD em doenças neurodegenerativas
Três revisões de estudos, de 2007 (1), 2010 (2) e 2012 (3), vincam a importância do sistema endocanabinóide. Todas analisam a capacidade de homeostase exercida por aquele sistema, considerando essa capacidade de auto-regulação – interna e autónoma – como parte intrínseca da neuroproteção.
Desta capacidade resultam, em boa parte, os efeitos de modulação do stress oxidativo, controlo da produção tóxica de óxido nítrico, inibição de aminoácidos excitotóxicos e citoquinas, mecanismos implicados em processos de neurodegeneração. Alguns destes mecanismos foram analisados noutros estudos acerca do CBD na Doença de Parkinson.
Em 2007, numa revisão da Fundación Hospital Alcorcón – trabalho onde consta a citação inicial deste texto -, os autores chamam também a atenção para o facto dos estudos serem efetuados tanto em situações degenerativas agudas como crónicas.
No mesmo ano, foi publicado um estudo (4) da Universidade de Fukuoka, Japão, no qual os autores testam a eficácia mas também o potencial de dependência entre THC (delta9-tetrahidrocanabinol) e CBD (canabidiol).
Os investigadores concluem que, ao contrário do THC, o CBD mantém a neuroproteção e o efeito antioxidante em níveis estáveis, assim como a circulação sanguínea cerebral, sem provocar tolerância aumentada ou dependência.
A ausência de efeitos dependentes e o elevado perfil de segurança foram algumas das conclusões da Organização Mundial de Saúde, após revisão de estudos acerca do CBD. Conheça as recomendações da OMS na carta enviada ao Secretário Geral das Nações Unidas, em Julho de 2018.
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