O efeito Entourage (1) foi proposto pela primeira vez em 1998, pelos professores Raphael Mechoulam e Simon Bem-Shabat. Um dos nomes mais conhecidos mundialmente na pesquisa de canabinóides, Ethan B. Russo, apresenta num dos seus trabalhos o que propõe o efeito entourage:
que uma variedade de moléculas naturalmente presentes na cannabis aumenta a actividade e eficácia terapêutica da mesma.
Esta teoria do efeito Entourage tem ganho, nos últimos anos, crescente apoio e validação

científica.
Em Setembro de 2018,três entidades brasileiras publicaram uma revisão que compara a utilização e os efeitos de CBD isolado com óleo de CBD de largo espectro em epilepsia resistente à medicação.
Os números são elucidativos: os efeitos benéficos reportados pelos doentes são de 39% no produto isolado para 71% no de óleo CBD de largo espectro.
A dose média utilizada para esses efeitos benéficos é de 25.3mg/kg/dia no CBD isolado para 6mg/kg/dia , no óleo de largo espectro. Os efeitos secundários leves são reportados em 76% dos utilizadores do isolado mas apenas em 33% dos utilizadores do largo espectro .
Na perspectiva da utilização em oncologia, cientistas do Volcani Center (3) e outras entidades israelitas publicaram um trabalho em que assinalam a sinergia dos componentes da cannabis de extractos de largo espectro em cancro do cólon e pólipos adenomatosos com uma “citotoxicidade sinergística” alcançada através de vários mecanismos selectivos.
Também no mesmo Volcani Center, Namdar et al, publicam, em Agosto de 2019, um trabalho que vinca a importância dos ratios naturais e específicos entre terpenóides e cannabinóides como factor de eficácia aumentada na actividade citotóxica e da cannabis. Estes resultados ressaltam as vantagens da utilização de extractos de largo espectro obtidos incluindo a inflorescência da planta.
Em caso do cancro da mama, investigadores reforçam os benefícios do efeito Entourage no extrato com espectro alargado

Ainda no que respeita ao efeito Entourage do CBD no campo da oncologia, um estudo pré-clínico de cientistas da Universidade Complutense reforça a eficácia aumentada do extracto botânico em comparação com THC isolado em situações de cancro da mama.
Também aqui os pesquisadores reforçam a importância dos diversos mecanismos utilizados pelo conjunto dos componentes da cannabis versus uma substância isolada.
Assinalam também “efeito anti-proliferativo adicional” sem efeitos secundários na utilização conjunta de cannabis de largo espectro com Tamoxifeno, Lapatinib e Cisplatina, três substâncias anti-tumorais de uso comum e frequente em oncologia.