
O que se alega sobre o CBD?
O único uso de CBD que, de modo geral, é reconhecido como sendo seguro e eficaz é no tratamento de determinados distúrbios convulsivos.No entanto, algumas pessoas usam o CBD para tratar muitos outros problemas de saúde, como, por exemplo:
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Transtorno bipolar
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Dor
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Ansiedade
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Doença de Crohn
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Diabetes
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Problemas de sono
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Esclerose múltipla
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Sintomas de abstinência de heroína, morfina e outros entorpecentes opioides
O CBD funciona?
Três estudos demonstraram que um produto à base de CBD puro, disponível apenas com receita médica, reduz as convulsões em adultos e crianças com duas formas raras de epilepsia. Nesses estudos, as pessoas foram tratadas com o produto à base de CBD por 14 semanas enquanto continuavam a tomar outros medicamentos anticonvulsivantes. O tratamento com CBD diminuiu o número de convulsões e reduziu sua frequência e gravidade.
Pesquisas sobre outros alegados benefícios de saúde para o CBD incluem estudos de má qualidade e/ou que foram realizados em um pequeno número de pessoas.
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Em um estudo de pequeno porte, o CBD pareceu reduzir os sintomas de ansiedade e desejo em pessoas abstinentes que apresentavam transtorno por uso de heroína.
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Outro estudo de pequeno porte observou que em pessoas tratadas com medicamentos antipsicóticos para esquizofrenia, o CBD reduziu os sintomas de psicose.
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Vários estudos retrospectivos e observacionais sugerem que o CBD pode ter efeitos benéficos em certos quadros clínicos, incluindo dor, ansiedade, problemas de sono e colite. Porém, há outras evidências sugerido que no máximo, esses benefícios são modestos, e esses estudos apresentam limitações importantes (por exemplo, resultados inconsistentes para estudos diferentes, inexistência de comparação com um placebo).
Quais são os possíveis efeitos colaterais do CBD?
O CBD é provavelmente seguro para ser tomado por via oral ou borrifado sob a língua. Em estudos, até 1.500 mg de CBD tomados por via oral por no máximo quatro semanas pareceram ser razoavelmente seguros. Porém, o CBD pode ter efeitos colaterais, como boca seca, pressão arterial baixa, diarreia, diminuição do apetite, alterações de humor, tontura e sonolência.
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O CBD pode causar lesões hepáticas, sobretudo se não for usado sob supervisão médica.
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Os contaminantes em alguns produtos à base de CBD podem prejudicar fetos ou bebês e, portanto, o CBD possivelmente não é seguro para gestantes ou lactantes.
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Pessoas com doença hepática que usam CBD talvez precisem tomar doses mais baixas que as tomadas por pessoas saudáveis.
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Doses altas de CBD podem piorar tremores e outros movimentos indesejáveis em pessoas com doença de Parkinson.
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Em estudos em animais, o CBD diminuiu o desenvolvimento de espermatozoides e o tamanho dos testículos, de modo que ele talvez possa afetar a fertilidade em homens.
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Alguns produtos à base de CBD estão contaminados com solventes, inclusive alguns que podem causar câncer, bem como pesticidas, metais pesados, bactérias e fungos. Alguns desses contaminantes podem ser prejudiciais ao feto.
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Um produto sintético vendido no estado de Utah causou algumas intoxicações agudas.
Quais interações medicamentosas ocorrem com o CBD?
O CBD pode acelerar ou retardar a decomposição de determinados medicamentos pelo organismo e, portanto, diminuir ou aumentar a concentração desses medicamentos no corpo.
Exemplos de medicamentos que podem aumentar a concentração de CBD no sangue incluem:
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Vários tipos de medicamentos usados para tratar a epilepsia (incluindo brivaracetam, carbamazepina, clobazam e topiramato)
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Everolimo e tacrolimo, medicamentos usados para, por exemplo, prevenir a rejeição de órgão após um transplante
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Metadona (usada para tratar pessoas viciadas em opioides)
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Outros medicamentos, incluindo amitriptilina (um antidepressivo tricíclico que às vezes é usado para tratamento da dor crônica), varfarina (um anticoagulante), omeprazol (um tipo de medicamento chamado inibidor da bomba de prótons, usado para diminuir a produção de ácido gástrico), nicotina, lítio (um estabilizador do humor) e cetamina (um anestésico ocasionalmente usado para tratar a depressão)
É possível que o CBD interaja de outras maneiras com outros medicamentos, como, por exemplo,
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sedativos, como benzodiazepínicos, fenobarbital e morfina, bem como álcool: o CBD pode causar sonolência e, portanto, tomar o CBD juntamente com sedativos pode causar excesso de sonolência.
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Fenitoína e rifampicina: podem diminuir a concentração de CBD.
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Levotiroxina, varfarina e alguns medicamentos anticonvulsivantes: o CBD pode aumentar as concentrações séricas desses medicamentos e, com isso, potencializando e intensificando seus efeitos.
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Ácido valproico: Tanto o ácido valproico quanto o CBD podem causar lesão hepática; portanto, a combinação de CBD e ácido valproico pode aumentar a chance de ter lesão hepática.
Recomendações
Um produto puro à base de CBD, disponível apenas com receita médica, reduz o número de convulsões, bem como sua gravidade e frequência em adultos e crianças que tomam outros medicamentos anticonvulsivantes para uma dentre duas formas raras de epilepsia.
Nenhum outro efeito benéfico à saúde pelo CBD foi confirmado por estudos de alta qualidade realizados em pessoas.
O CBD pode ter efeitos colaterais, como boca seca, pressão arterial baixa, diarreia, diminuição do apetite, alterações de humor, tontura e sonolência. No entanto, efeitos colaterais sérios são raros e o CBD provavelmente é seguro para a maioria das pessoas.
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Gestantes e lactantes e pessoas com doença hepática, doença de Parkinson e homens que querem ter filhos não devem tomar CBD.
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Tomar CBD enquanto estiver tomando outros medicamentos que podem causar sonolência ou tomando bebidas alcoólicas pode causar sonolência extrema, o que pode ser perigoso.
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As pessoas que tomam medicamentos (incluindo sedativos, medicamentos anticonvulsivantes, alguns antidepressivos, ácido valproico e medicamentos para prevenir a rejeição de órgãos transplantados) devem conversar com o médico antes de tomar CBD.
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As normas relacionadas ao CBD são complicadas e confusas. Se uma pessoa optar por tomar CBD, ela deve adquirir o produto de uma drogaria ou farmácia e procurar por um “Certificado de autenticidade”.